Starlicious

Prólogo: Meu nome é Nick Martin e tenho 16 anos. Sou bastante animado, então frequento várias festas pela cidade. E em uma delas conheci uma garota espetacular. Seu nome é Miley Cyrus, e você provavelmente a conhece. Ela é bastante famosa, e namorar uma estrela nem sempre é tão legal quanto parece.

 Notas: Não planejo fazer nada muito longo | O Nick narrará as frustrações do seu namoro com uma estrela | Sim, mudei algumas características dos "personagens", tipo o sobrenome do Nick | Peço para que deixem suas opiniões e críticas para eu sempre melhorar






Não recomendado para menores de 18 anos por conter cenas de sexo e derivados


Hoje é o dia dos namorados e chamei a Miley para sair. Planejava fazer uma surpresa: praticar mergulho em uma bacia de corais e depois passarmos uma semana romântica em uma ilha, mas de última hora o “encontro” foi cancelado. Ela teria que trabalhar em algumas propagandas que fariam uma grande diferença em sua carreira. Triste fim para mim que passarei o dia dos namorados sozinho, morrendo, chorando, gritando, surtando e, por fim, sem o amor da minha vida. Porque é isso que a Miley é para mim. Conhecíamos-nos há bastante tempo, antes mesmo da Miley ser tão famosa. Foi em uma festa que nos falamos pela primeira vez, antes disso ela nunca tinha me dado bola. Sempre a admirei. Possuía uma beleza e timidez que a destacava das demais, mas eu era excluído, sem graça e odiado por todos da escola, o que a fazia me odiar também. Não sei ao certo o que chamou sua atenção na noite da festa: todas as garotas que me cercavam - pois eu ia em tantas festas que causava a ilusão de que eu era popular - ou os olhares que eu lançava para ela. Modéstia a parte, cresci e fiquei muito bonito. Posso até ter sido considerado galinha antes de começar o namoro com a Miley, e vira e mexe encontro por aí algumas garotas das baladas que eu ia. Todas comentam o quanto estou mais bonito e ficam chocadas ao saber que estou namorando. Para elas eu não sou um cara para namorar, mas para mim eu nunca estive bem sendo “galinha”. No dia dos namorados eu fiquei em casa. Tenho dois irmãos mais velhos que têm namoradas e saíram e um irmão mais novo que não namora, mas também saiu. Sobrei. Assisti TV, joguei vídeo game, ouvi umas músicas, mexi no computador, cantei karaokê, arrumei meu quarto... E fiquei entediado. Liguei pra um amigo das antigas e combinamos de ir a uma festa. Eu sabia que seria melhor avisar a Miley que eu estava saindo, pois não acredito em namoro sem honestidade, então liguei para ela e avisei que estava saindo. Ela não disse nada confortante pra um dia dos namorados, mas ela sempre foi meio fria assim mesmo. Fazia tempo que eu não ia a alguma festa. Namorar a Miley é complicado porque ela é uma celebridade e deve seguir algumas “regras” para manter sua privacidade: não podíamos ir juntos a nenhum evento, nem sair para lugares movimentados. Tínhamos de evitar as pragas dos paparazzis e suas fotos e eu não poderia, por exemplo, ir a festa de aniversário da minha namorada por causa das notícias. É sim muito difícil abrir mão de tantas coisas, e é sim meio chato só ficar dentro de casa ou em lugares pouco movimentados com ela só para evitar constrangimento, já que pra mim não há vantagem nenhuma. Normalmente todas as festas são parecidas. Havia um bocado de gente dançando no centro da pista, algumas luzes coloridas para dar um ar mais techno ao local e pouca luz para de fato iluminar. Havia um bar com bastante bebidas exóticas e garotas dando em cima dos caras que considerassem mais bonitos. Ao entrar reconheci três belas moças com quem já me envolvi uma vez. As três vieram na minha direção com um enorme sorriso no rosto. “Nick! Solteiro outra vez?” “Não, não.” “Poxa Nickzinho! Mas hoje você vai dançar com a gente, né? “Claro que vou.” Modéstia a parte, eu repito: cresci e fiquei bonito, e sempre fico cercado de garotas nas festas. Uma das garotas com quem dancei se chama Sheila. É loirinha, pequenininha, mas muito bonitinha. Tem um corpo legal também, mas parece altamente quebrável. Só parece. Ela tinha uma amiguinha que estava junto ao grupo que me chamou bastante a atenção. Uma ruiva branquinha que mais tarde descobri seu nome, Clara. Bem bonitinha, mas eu não me esqueci da minha Miley. Pra vocês verem como eu sirvo para namorar. A Clara ficou o tempo toda tímida e na dela, fiquei até curioso para me aproximar da garota, mas recebi uma ligação na hora. Era a Miley. Saí para atender. “Nick, meu anjo, acabei de ser liberada da filmagem.” “Ahn... certo. Quer ir a algum lugar para passarmos o dia dos namorados juntos?” “Ai, não vai dar. Eu liguei só pra avisar mesmo porque combinei de ir lanchar com o pessoal.” Eu ainda estava numa festa e não iria embora tão cedo, mesmo ficando chateado com isso. Eu e Miley estamos namorando há três anos, e só passamos um dia dos namorados juntos. Muitas vezes sinto que ela não gosta de mim, mas não vejo nenhum outro motivo para ela estar comigo se não amor. Eu não sou rico, não sou famoso, ninguém nem sabe que eu namoro ela, e isso quem pede é ela. Voltei lá pra dentro, mas não estava agüentando ficar remoendo esse bolo que eu levei, mesmo sem ela ter combinado nada. Tenho só 16 anos e tecnicamente não posso beber, mas eu ia a tantas festas que acabei arranjando um documento falso só pra burlar a regra mesmo. E como dizem eu fui beber pra esquecer os problemas. A tal da ruivinha apareceu do meu lado e pediu uma bebida pra ela, mas nem conferiram o documento dela. Eu já não estava muito bem antes de beber, depois que bebi – por mais que não tenha sido muito – então... A tal da ruivinha apareceu do meu lado e pediu uma bebida pra ela, mas nem conferiram o documento dela. Eu já não estava muito bem antes de beber, depois que bebi – por mais que não tenha sido muito – então... “Ou... Clara, quantos anos tu tem?” “16.” “Porque não pedem seu documento?” “Meu pai é dono daqui e ele deixa eu beber.” “Massa.” Conversa de bêbado – por mais que eu não esteja bêbado – é sempre estranha. A tal da ruivinha era bastante legal e falava pra caramba. Nem parecia a menina da rodinha que ficava encolhida e calada. Já era bonitinha antes de eu beber, depois então... se eu ainda não estivesse namorando a menina da minha vida eu já teria tentado alguma coisa com a Clara. A gente conversava e bebia, conversava e bebia... eu até me esqueci que tava com a Sheila no início da festa. A ruivinha era bem bacana, mas eu já tava ficando cansado daquele tanto de luz que me deixava maluco sem eu querer ficar maluco. A gente foi dar uma volta pelo local, ela me mostrou umas salas bem escondidas e eu me animei. Tipo, do tipo de se animar mesmo. Me deu uma vontade de correr que eu não entendi, e eu sai correndo até o fim do corredor. Aqueles quartos eram pra casais, tinha certeza, mas pelo visto não eram utilizados em festas. Hã? Eu também não entendi porque não os utilizavam nos dias de festa, mas tudo bem. A Clara veio correndo atrás de mim também, mas não viu quando eu parei e esbarrou em mim. Bati minha cara numa parede que eu não tinha visto – acho que agora sim eu estava bêbado – e meu nariz começou a sangrar. Adorava aquele gosto quando eu era criança, mas agora tinha pavor. Esse foi um fim trágico pra uma noite tão... normal. Não foi legal ter ido a essa festa. Não como era antes, acho que porque estando namorando, mas sem a namorada, não tem graça. No dia seguinte ao dia dos namorados a Miley apareceu na minha casa. Ela chegou lá bem cedo e eu tinha voltado da festa tarde, então estava só o trapo. E sem muita paciência pra ela, que logo veio pagar sapo. “Aonde você foi?” “Te avisei que ia a uma festa.” “O que? Como assim? E você bebeu! Você ta de ressaca, não ta?!” “To, to sim. Para de gritar, já que já percebeu minha situação.” “No dia dos namorados você vai pra uma festa e bebe sem sua namorada?” “A culpa é toda sua! Eu não vou ficar em casa quando você não quiser sair porque eu não sou de ferro.” “Você não abre mão de nada mesmo, né? Egoísta!” “Você deixa de passar o dia dos namorados comigo pra gravar propagandas e eu aceito sem reclamar. Não podemos ir a nenhum lugar decente e eu não reclamo, e eu sou egoísta? Ah, tenha paciência, Miley. Você por acaso gosta de mim? Tipo gostar mesmo? Porque não parece. Tudo é mais importante do que eu, até um hambúrguer!” “Sim, eu gosto de você, mas estou farta de sempre achar que você ainda é aquele galinha de sempre. Nick, eu quero um tempo.” “Há quanto tempo você quer esse tempo? Desde o dia dos namorados passado?” “Desde antes, sabe por quê? Desde antes você me sufoca com todas as garotas que já ficaram com você. Se a gente vai ao parquinho a gente encontra alguma loira bonitona lá. Cansa, sabe?” “Não é óbvio que eu gosto de você e de mais ninguém? Desde a escola eu gosto de você. Você! E eu ficava com um monte de garotas sim, mas isso é passado. Se eu as encontro não posso fazer nada, mas você nem ao menos confia em mim. Como a gente vai ter uma relação sem confiança e honestidade? Eu estou sendo honesto com você, mas você está sendo honesta comigo?” “Vai me dizer que não pegou ninguém ontem na sua festinha boba.” “Não, eu não peguei ninguém ontem. Eu passei o tempo todo lembrando que era o dia dos namorados e eu não estava com quem eu amava, mas não fiquei com ninguém. Eu quis, ah se quis, mas não te traí.” “Ah Nick, que seja, eu quero um tempo.” O resto do dia foi uma merda. Eu tava com uma ressaca assombrosa e muito mais mal humorado do que o esperado, afinal a Miley tinha terminado comigo. Eu a amava, mas tinha que aceitar que não estávamos felizes juntos. Pelo menos ela não estava feliz. Às vezes paro para pensar nisso e chego à conclusão de que eu não sirvo para namorá-la. Respeito-a demais e quero vê-la feliz, mesmo sem mim. No dia seguinte o Joe, um amigão de balada, me ligou avisando sobre uma festa. Claro que eu ia. Acho mesmo que Nick e festa são sinônimos. Provavelmente só consegui ficar tanto tempo sem festa por causa da Miley, e mesmo assim eu escapava algumas vezes. Claro que sempre honrando nosso namoro, nunca pegava ninguém. O dia passou tão lentamente que eu quase gritei de agonia. Era torturante estar tão entediado como hoje, e chegou a um ponto que precisei deixar a casa para dar uma volta. Fui ao supermercado, que era o comércio mais longe – dentro do possível, claro – para comprar algumas porcarias, tipo biscoitos. Lá encontrei a Sheila, a loirinha do início da festa. “Nickzinho! Olha, precisamos conversar sobre o perdido que você me deu naquela festa.” Bom, Nick, muito bom. Eu não sabia o que responder. Não estava muito bem para mentir falando que eu sentia muito por aquilo, porque eu não sentia nada. Eu não queria e nem ia mentir, então o que fazer? “Do que tu ta falando, Shei?” Se fingir de desentendido, claro. “Ai Nickuxo, você me deixou triste, sabia? Pensei que a gente ia conversar... essas coisas, sabe? Mas não, na verdade você me deixou com cara de taxo lá.” “Ahh! Hahah. Está falando da festa, né? É verdade, eu te deixei lá e nem me toquei. É que eu tava no bar e aquela sua amiga ruivinha apareceu e a gente ficou conversando.” “E você me deixa por ela? Ai, Nick!” “Ah, sem draminha, Shei. Hoje tem outra festa, quer ir? Prometo que não te deixo sozinha.” “Ah, se for assim, eu quero. Mas... eu não posso ir pra casa. Você mora aqui por perto, não é?” Agora estou solteiro e posso levar quem eu quiser para minha casa. “Quer ir lá pra casa?” “Claro, né, Nickzinho. Tem mais alguém lá?” “Hoje não.” Fomos andando até a minha casa. Durante todo o caminho a Sheila deu as investidas dela, eu já tava até cansando de ser chamado de Nickzinho. Quando chegamos na porta da minha casa a Sheila me virou e me beijou. Eu correspondi, claro. Ela era uma loirinha pequenininha muito gata mesmo. Tudo o que eu tinha em mãos foi jogado no chão. Coloquei minhas mãos em sua cintura e prensei-a entre mim e a porta. Nosso beijo ia ficando mais intenso a cada segundo, e mais caricias eram trocadas também. Ela puxava meus cabelos de um jeito que me animava e eu a apertava com bastante desejo. Fazia tempo que eu não ficava com essa menina! Chegamos ao ponto de não conseguirmos mais respirar direito e interrompemos o beijo. Ela me olhou como se estivesse realizada, como se me ansiasse por tanto tempo que não aguentaria mais esperar. Começei a beijar sua orelha e fui descendo até chegar ao seu pescoço, depois desci para seu peitoral. Ela desceu suas mãos para minhas costas e me arranhou um pouco, depois desceu mais até chegar à minha bunda, onde deu uma apertada que me fez perceber que já não dava mais para ficarmos fora de casa. Precisávamos entrar. Apenas abri a porta – pois não a havia trancado ao sair – e fui empurrando a Sheila casa adentro. Nisso eu já havia voltado a beijar seu pescoço e minhas mãos estavam apertando sua bunda, enquanto as dela estavam subindo minha camisa e arranhando minhas costas. Dei alguns chupões leves em seu pescoço até chegarmos a um lugar que eu acho que era o sofá. Joguei-a lá e dei uma risadinha marota. Terminei de tirar minha blusa e joguei-a para um lado qualquer. Deitei em cima dela e voltei a beijá-la. Meus joelhos apoiavam meu corpo no sofá para não ir muito peso para cima dela, minhas mãos tiravam sua blusa e seu sutiã. Ela já estava desabotoando minha calça jeans e puxava o cós da minha cueca. Senti seu dedo ainda um pouco frio tocando minha pele e me arrepiei. Desci meus beijos para seus seios e comecei a desabotoar sua calça. Ela usava uma calcinha fio dental preta com um tecido meio furado que contrastava com sua pele. Trilhei um caminho de seus seios por sua barriga até chegar perto de sua virilha. Fui tirando sua calcinha lentamente enquanto ela ofegava audivelmente. “Continuem sem mim aqui. Isso eu não preciso ver.” Olhei para a Sheila e vi sua expressão assustado. Não foi ela quem disse isso, obviamente. Procurei pela sala alguma outra pessoa que pudesse ter dito isso. A única pessoa que encontrei estava sentada na escada com olhos vermelhos e face molhada de choro. Era a Miley. Dei um pulo do sofá e peguei uma almofada para cobrir a garota despida que minha até-anteontem-namorada via no sofá ao meu lado. “Miley?!?” “Oi.” “O que você ta fazendo aqui?” “Eu tinha me arrependido de ter pedido um tempo, então vim para gente voltar, mas você não estava e a porta estava aberta, então sabia que logo ia chegar e resolvi esperar. Só que você estava um pouco entretido e eu estava em choque. Não consegui falar nada até agora.” Olhei-a um pouco boquiaberto. A Sheila estava se vestindo, e pelo visto não estava com vergonha nenhuma da situação. “Eu não sabia que você ia estar aqui... nem que ia querer voltar comigo.” “Que diferença isso faz? Se você soubesse somente tentaria me enrolar e levaria ela pro seu quarto, a deixaria lá esperando enquanto conversava comigo. Por favor, Nicholas.” Ela andou em direção da porta. Fiquei sem saber o que fazer por alguns segundos, mas logo pensei em ir até ela e segurá-la pelo braço. “Espera...” “Olha, eu não tenho mais o que fazer aqui, já que não quero mais voltar com você. Desculpa atrapalhar o sexo, mas agora estou indo e vocês podem tentar de novo.” Ela abriu a porta e deixou a casa. Eu continuei boquiaberto. Droga. Merda. Cacete. Perdi uma bela chance de voltar com a Miley por um desejo besta. Porra! Senti duas mãos envolverem meu corpo e um rosto quente e macio apoiar em minhas costas. Era a Sheila, obviamente. Suas mãos estavam um pouco geladas novamente e me causaram um arrepio. “Eu vou te deixar sozinho. Se a festa de hoje a noite ainda for rolar, me liga. Deixei meu número ao lado do telefone. Está escrito na cor roxa.” Então ela beijou meu pescoço e foi embora. Simples assim. Passei o resto do dia pensando em como eu sou um idiota cafajeste. Antes mesmo de terminar o namoro eu tava querendo uma mina, e dois dias depois quase transei com outra completamente diferente. Que retardado ridículo que eu me tornei? Aliás, que eu sou? Sempre fui assim, mas nunca me penalizei tanto quanto hoje. O que a Miley deve estar pensando de mim agora? Provavelmente ela nunca mais vai querer ver a minha cara na frente dela... E agora ela deve me odiar, e todas as chances que eu achei que nós ainda poderíamos ter com certeza não são mais reais. Esse é o fim, só pode. Soltei um longo suspiro enquanto deixava meu corpo deslizar pela parede até chegar ao chão, onde fiquei sentado por um tempo. Ainda estava seminu e a sala estava escura e bagunçada – meus pais haviam viajado e me deixaram sozinho, portanto não tinha quem arrumasse. As lembranças do meu momento com a Sheila voltaram a minha cabeça e uma repentina onda de desejo me atingiu. Nunca tive um momento tão intenso e fogoso com a Miley, apesar de gostar dela e não da Sheila. Senti uma necessidade enorme de reencontrá-la, queria poder transar com ela de verdade e tocar o foda-se sobre a Miley. Ao mesmo tempo em que me sentia culpado por magoá-la, sentia-me no direito de viver a minha vida como eu sempre vivi. Quem primeiro me trocou por um hambúrguer foi ela, então nós terminamos e agora eu não estou trocando-a por nada nem ninguém. No fim da história estou certo e em meu direito. Fiquei de pé e fui até o telefone: iria ligar para a Sheila e chamá-la para a festa de hoje. Disquei seu número e um cara atendeu. Pela voz identifiquei que era seu irmão, James, com quem não me dou nada bem. “A Sheila está?” “Não. Quem fala?” “Joe, um amigo dela.” “O Joe está aqui em casa. O que você quer com a minha irmã, Martin?” “Confirmar a festa de hoje à noite.” “Ela não vai com você.” “Até parece. Passa o aviso pra ela que ela me cobrou a resposta, se não sobra pra você.” Ouvi um “viado escroto” vindo da outra linha, mas ignorei e desliguei o telefone. Se a Sheila não fosse, eu arranjava outra garota fácil fácil. Nessas festas só tem guria dada, praticamente. É uma falta de vergonha que eu me amarro. O dia passou e a noite chegou. Não vou dizer que o tempo vôo, porque na verdade eu passei o dia inteiro inquieto sem saber o que fazer para passar meu tédio, mas agora eu tinha que me arrumar. Fui tomar um banho – nem tive o trabalho de tirar a roupa, já que eu só vestia uma cueca... acho que vou ficar em casa assim mais vezes – e depois me arrumar. Vesti as roupas mais próximas e decentes que tinha. Elas já deviam ter sido usadas outras vezes, mas não tem ninguém pra lavar roupa em casa então reutilizar é o que há. Antes de sair olhei-me no espelho e lembrei-me do quanto eu sou bonito – modéstia a parte, claro. Peguei um taxi até a casa do Joe para ir pra festa com ele, já que eu não sabia o endereço. Eu já deveria imaginar que o James estaria lá, já que mais cedo o Joe estava em sua casa – e eu fingi ser ele – junto com a Sheila. Já tinha uma galera lá, aliás, e eu não sabia como íamos chegar na festa. Alguém ali tinha idade pra dirigir, tirando o James? To ferrado se só o James dirigir, porque não entro no mesmo carro que esse babaca nem a pau. Ao chegar à casa do Joe fui logo até o lugar onde serviam as bebidas pré-festa, que dessa vez era no quarto dos pais dele. Sempre quis saber por que seus pais nunca estão em casa... Bebi de uma vez uns três copos com vodca para ver se relaxava um pouco e esquecia os problemas, já que eu sou um garoto apaixonado sem o amor da minha vida. Quando paro pra pensar no quanto a Miley me deixou gay envergonho-me de ter nascido, sério. Fui andar pela casa para ver se passava o tédio e no meio de um corredor eu encontrei a Sheila. Ou ela me encontrou, sei lá, já que foi ela quem me puxou pelo braço e virou-me para onde estava. Eu sorri feito um idiota e a beijei. O beijo já começou rápido e intenso, excitante e gostoso. Ela manteve suas mãos puxando meus cabelos por um tempo, mas assim que eu apertei sua bunda com uma mão e acariciei sua coxa com a outra ela desceu suas mãos para arranhar minhas costas. Colocaram uma música eletrônica típica de balada (N/A: Beat Goes On – DJ Ross e Double You, pra quem quiser ouvir rs) e apagaram as luzes da casa. A Sheila desceu suas mãos e apertou minha bunda algumas vezes enquanto eu deixava-a arrepiada com alguns beijos e passares de língua em seu pescoço - que estava com um gosto de morango alucinante. “Vambora galeraaaa!” Ouvi alguém gritar e instantaneamente a Sheila me empurrou para longe. Suspirei contrariado, pois teria que esperar até a festa. Isso se o otário do irmão dela não estiver colado na gente. A ida até a boate da festa foi entediante, só o que salvava era o Mike contando piadas – que eram horríveis, mas melhores do que as músicas de nigga que tocavam no rádio. Mesmo assim tinha hora que o carro ficava totalmente em silêncio e eu acabava prestando atenção na letra das músicas. Alguns trechos deixavam-me excitado e quase que involuntariamente eu apertei o interior da coxa da Sheila, que deu uma risadinha e chamou a atenção do mané do irmão dela. “Caralho, moleque, tira tua mão da minha irmã, porra!” “Tu é ela pra ficar incomodado?” E nós ficamos discutindo o resto do caminho, até que chegamos ao local, e ao descer do carro fui pego de surpresa por um murro na barriga. Eu não sou muito de brigar, mas essa vez teria sido uma exceção se a Sheila não tivesse intervindo. “Jay, eu fico com quem eu quero.” Então eu fui puxado para um beijou bastante violento e que logo me deixou excitado. Ela apertava minha bunda com uma mão e com a outra acariciava o fim da minha barriga, dando algumas arranhadas vez ou outra. Só depois de sair do choque usei uma de minhas mãos para levantar uma de suas pernas e dar algumas apertadas em sua coxa voluptuosa. A outra mão estava sendo usada para tirar seu cabelo longo e loiro que cobria seu pescoço para eu poder dar uma chupada por lá. Aquilo com certeza deixaria uma marca perceptível. Só paramos ao ouvir um assobio do tipo atrevido. Minhas mãos haviam levantado um pouco a saia que a Sheila vestia, deixando a vista algum pedaço de sua bunda, o que qualquer marmanjo gosta de ver. Assim como eu também, que derrubei alguma coisa qualquer no chão e pedi para ela pegar só para vê-la abaixar com aquela saia folgadinha que deixaria ver bastante coisa... inclusive que sua calcinha era uma fio dental roxa. Ver aquilo me deixou ainda mais excitado, e a cena também chamou a atenção de mais alguns rapazes que estavam à espera da abertura da boate. Frustrei-me ao pensar que não beberia nada para me soltar mais um pouco até que abrissem a porta. Pode não parecer muito, mas sou bastante tímido e geralmente custo para ficar alegre e atrevido. Quando eu estava namorando a Miley eu não bebia e, consequentemente, não me soltava então as coisas entre a gente eram um pouco paradas, mas nada que fosse ruim. Entramos na fila porque sabemos respeitar o próximo, mas não no final, pois encontramos algumas conhecidas bem na frente. Um bando de marmanjos que viram a bunda da Sheila escapar de sua saia aproximou-se dela e puxaram papo. Ela estava dando muita bola para eles, e eu admito que estava incomodado com isso. Um deles se engraçava demais com ela, que correspondia. O cara era bonito – eu não concordo com essa coisa de homem que admite que outro homem é bonito é gay. Eu simplesmente enxergo – e logo percebi que hoje quem ficaria pra trás seria eu. Já havia acontecido isso de eu ser deixado pra trás outra vez, mas eu até que era tranquilo quanto a isso. A Sheila não é a única guria nessa festa, e aposto que – modéstia a parte – metade delas me querem. A porta foi aberta e começaram a liberar a entrada. Reconheci o local assim que eu entrei, mas não sei quando estive lá. Fui direto tomar alguns copos de vodca para ficar mais alegre. Eu sou do tipo que não mistura bebida de jeito nenhum, já que comecei com vodca, termino com vodca. Tomei dois copos de vodca e estava, por enquanto, satisfeito. Passei meus olhos pela boate à procura de alguém para fazer-me companhia, e então eu avistei uma ruivinha conhecida. Era a Clara, a bonitinha da festa passada, e era nela que eu ia. Nem que fosse só para conversar. Começou a tocar algumas músicas animadas e eu e a Clara fomos dançar. Nossos corpos estavam quase grudados, eu segurava sua cintura com uma das mãos e a outra socava o ar de animação. Ela mantinha seus braços para o alto e mexia seu corpo de um jeito que eu estava adorando. Dava algumas reboladas enquanto subia e descia esfregando seu corpo ao meu. Aproximei meu rosto do seu e a beijei de uma vez, começando o beijo já com muita intensidade. Minha mão desceu de sua cintura para sua bunda e lá dei alguns apertões. Com o braço que eu usava para socar o ar puxei seu corpo para mais perto do meu e acariciei suas costas por um tempo. Ela puxava meus cabelos e vez ou outra acariciava minha nuca com uma mão. De acordo com as batidas da música que ficavam cada vez mais eletrônicas nosso beijo avançava para outros níveis. Chegamos ao ponto de eu levantar sua blusa quase até aparecer seus seios e ela desabotoar minha calça jeans, mas o beijo foi quebrado e ela separou seu corpo do meu. “Cara...” “Eu não quero simplesmente ficar com você e ser esquecida.” “Eu não vou te esquecer assim.” “Nick, eu sei da sua reputação. Também sei que você estava acompanhado naquele dia e que deixou a garota sozinha, que só para constar é minha amiga. E você ainda namora, não deveria nem vir a essas festas.” “To solteiro agora, e hoje quem me deixou sozinho foi a sua amiga.” “E é por isso que você veio atrás de mim?” “Não, claro que não. Eu gosto de você.” “Você é um mentiroso! Nem me conhece direito.” “Mas você é gata e muito divertida. Gosto disso.” “Gata? Aff...” Segunda vez que uma garota me abandona hoje. Que seja! Procurei por algum colega com quem vim e que estivesse disponível para conversar e encontrei o Kevão. Fui dar algumas risadas e ver se pelo menos alguém não me deixa pra trás nessa festa. Estávamos conversando sobre desenhos animados – eu sei o quão escroto soa isso para alguém como eu – quando senti um apertão em minha bunda que me fez procurar pela pessoa. Sabia que era uma mulher, pois senti o perfume doce e feminino perdido no ar. Uma loira gostosa – perdão pela expressão – deu um aceninho e sorriu para mim. Claro que foi ela quem apertou minha bunda. “Cara, to indo ali ó.” Virei-me para vê-la novamente e dei uma piscadela seguida de um sorriso bem maroto. Fui ao encontro dela e de uma possível amiga e puxei um papo. Não foi preciso muito esforço – ou tempo – para puxá-la para um beijo. Pelo modo como me tocava percebi que ela era mais velha e mais experiente. Massa. Uma de suas mãos apertava lá em baixo, o que me fazia soltar alguns gemidos involuntários. Eu apertava o interior de sua coxa despida, pois ela vestia um short tão curto que nem toda a bunda ele cobria. Com a outra mão eu puxei o cós de seu short para baixo e alisei sua pele macia e bem depilada próxima da virilha. Sorri ao sentir que ela me empurrava em direção a algum lugar privado. Todo o calor que não estava na pista de dança parecia estar no corredor dos quartos. Havia vários casais se pegando, alguns em pé e outros no chão. A maioria ali estava despida e montados um em cima do outro de forma engraçada, mas que me excitava. Observei a movimentação de uma ruivinha que cavalgava em cima de um cara, aquilo era gostoso até de ver. Seus seios fartos balançavam de acordo com seus movimentos e algumas mechas de seu cabelo encontravam-se coladas a sua pele clara e suada. Em uma tentativa falha de controlar meu tesão fechei os olhos e mordi meus lábios, mas uma mão atrevida deu mais uma apertada no meu órgão e não consegui me conter, ataquei a moça loira com nome desconhecido no meio do corredor mesmo. Ouvimos algumas reclamações e até mesmo um esquisito convite para nos “juntarmos a festa”, mas não paramos de nos tocar a nenhum momento. A moça não tirou sua mão de meu pênis, e ao encontrarmos uma parede para nos apoiarmos ela abriu o zíper que a impedia de ter contato direto com meu órgão e começou a bela arte da masturbação feita por uma mulher em um homem. Ela não era muito ágil com seus movimentos, mas ainda sim me levava à loucura. Não poderia agüentar aquilo por muito mais tempo, e sei bem que as mulheres não se excitam tão fácil e rapidamente quanto os homens e não queria machucá-la ou algo parecido, mesmo que eu não a conhecesse. Segurei seus braços firmemente e coloquei-a encostada na parede, assim como eu estava antes. Beijei sua boca enquanto fazia-a sentar e tirava seu short – que saiu junto com sua calcinha – e logo usei dois de meus dedos para penetrá-la e masturbá-la. Sua expressão e seus gemidos baixos demonstravam que ela estava gostando, então levei minha boca até onde antes meus dedos se encontravam e dei um beijinho em algum dos cantos de “la perseguida”. Minha língua quente logo saiu de minha boca e umedeceu mais um pouco a região. A tal loira agarrou meus cabelos com certa força e induziu-me a continuar, então segurei no interior de suas coxas para fazê-la se abrir mais e me dar mais espaço. Ao ouvir uma risada percebi que já estava na hora de partir para o que me interessava. Puxei seu rosto e beijei sua boca com uma intensidade que até o momento nunca fora usada com mulheres de balada. Após um tempo – que fora suficiente para fazer-me sentir a falta de ar – o beijo foi transferido de minha boca para meu pescoço. Ela levantou meus braços para tirar minha camisa e passava suas mãos por minhas costas e abdômen, deixando no caminho leves marcas de arranhões. Sua boca estava bem próxima do meu ouvido e cantava alguns trechos das músicas que tocavam no momento. Eu estava ficando louco ao ouvi-la sussurrar suas intenções através das músicas e sentir sua respiração quente atingir meu pescoço. Enquanto beijava minha boca e arranhava minhas costas com suas unhas não muito compridas ela se sentou em cima de mim, deixando uma perna de cada lado de meu corpo. Suas mãos passaram por meu abdômen e pelo estreito espaço entre nossos corpos até chegarem às entradas de minha virilha, onde passou algum tempo brincando com seus dedos sobre minha pele. Eu deixava algumas marcas de alguns chupões em seu pescoço. Minhas mãos percorriam toda a superfície de suas costas, até que as levei ao encontro de seus fartos seios e comecei a apertá-los e massageá-los. Ela trouxe seu rosto para mais perto do meu e senti sua respiração quente e descompassada vindo de encontro com a minha. Eu não aguentava mais essa situação e ao que pude perceber ela também não. Deixei seus seios e levei minhas mãos até seus quadris, ergui seu corpo e encaixei-o sobre meu pênis, penetrando-a. A música não havia mudado e com um sorriso ela aproximou seu rosto de minha orelha e sussurrou: “You know that I can take it to the next level ba-by if you want this good shit sicker than the remix. Baby let me blow your mind tonight.” Senti-a passar sua língua quente e em seguida mordiscar o lóbulo de minha orelha e logo começar a movimentar seu corpo sobre o meu. Sua cavalgada fazia-me gemer junto e ela, que movia o corpo também de acordo com o ritmo da música – que agora era outra – agitada. Suas investidas eram ferozes e eu observava desejosamente seu corpo arquear. Suas mãos seguravam meus ombros e meus olhos focavam seus seios se movimentarem. Quando eu conseguia beijava sua boca e apertava sua bunda como quem a influencia a continuar, mas a maior parte do tempo eu apenas a observava movimentando-se. Seus cabelos loiros estavam colados em sua pele assim como, eu imagino, os meus também estavam, graças ao suor que cobria nossa pele. Com uma série de cavalgadas intensas atingi o orgasmo, mas a loirinha fogosa não. Ela riu e jogou seus cabelos para trás, desacelerando seus movimentos, mas agarrei seus quadris e incentivei-a a movimentar-se novamente até atingir seu orgasmo. Minha respiração estava descompassada, assim como a dela, e nós riamos fracamente da situação que era engraçada: tínhamos atingido um orgasmo no meio de um corredor de uma boate junto de vários outros casais. “Você é mesmo bom como dizem.” “Qual é o seu nome mesmo?” “Carol.” “Você tem mãos de fada, Carol.” Ela riu. Aquele era um comentário tosco de uma aula de biologia, mas fazia sentido. Ficamos sentados para nos acalmar, e eu estranhamente não sentia sono, assim como ela também não. Ainda bem, porque seria muito estranho dormir pelado no meio de um corredor. Ficamos um tempo observando o local, até que ela se levantou e começou a se vestir. Pude observar seu corpo melhor dessa vez, e ela era realmente gostosa. Depois de se vestir ela recolheu seus saltos e saiu andando com eles em sua mão e com aquele short que não terminava de cobrir sua bunda. Resolvi que tava na hora de pelo menos eu me vestir, e foi o que fiz. Quando estava devidamente vestido deixei o corredor da transação (N/A: porra, Nick, não tinha nome melhor pro corredor não? kkk) e voltei para a pista de dança, mas não tinha tanta energia para dançar, então resolvi ir ao bar. “Ei, me vê qualquer coisa aí.” O cara riu, mas entendeu o que eu queria: qualquer coisa mesmo. Ele buscou um líquido transparente e me entregou. Aquilo não tinha cheiro, mas eu não estava bem no estado pra julgar bebida pelo cheiro, então ignorei. Dei a maior golada do mundo e não senti gosto nenhum. Aliás, senti gosto de... “Água? Porra, mano, sério que tem água numa boate?” “É da pia, cara.” Viadinho do caralho que me dá água de pia em festa! Achei estranho meu péssimo humor após o sexo com a loirinha do nome difícil... Qual o nome dela mesmo? Ah, é, Carla. Carla não é um nome difícil, mas foda-se. “Ô caralho, eu não bebo festa em água!” Só percebi que o que eu tinha dito estava fora de ordem – e sem sentido – ao ver o barman rir e me dar as costas. Essa Carla só pode ser uma garrafa de Everclear em forma de gente, porque me deixou doidão. “Tem vodka aí?” “Mano, não tem mais nada de bebida. A festa é open bar e tudo acabou.” “Puta merda, viu?!” Saí dali na mesma hora. Do lado de fora da boate tinha um povo reunido e o Joe estava lá, assim como o irmão da Sheila e a própria Sheila. Juntei-me ao pessoal, porque não dava mesmo pra ir pra casa sem eles. Pra minha felicidade lá tinha bebida. Nada que eu gostasse muito, mas qualquer bebida alcoólica – pra não dizer qualquer coisa e ganhar mais um copo de água de torneira – era melhor do que nada. Algum dos carros estava com o som ligado e tocava músicas do estilo hip hop. Eu não saberia dizer qual, até porque eu não estava no melhor estado para fazer analises, a não ser de mulheres. Havia muitas mulheres ali, e todas eram muito gostosas, só pra constar. A primeira que eu reparei era a ruivinha, Clara. Ruiva – claro –, branquinha e gostosinha – ela era magra, mas bem distribuída. Para ser honesto ela era a que mais me agradava naquela roda, pois não se vestia tão indecentemente e tinha um papo legal. Sem contar que ela era divertida e, claro, o pai dela era dono de uma boate e a deixava beber, mesmo sendo menor de idade. Com certeza ele daria um bom sogro. Não que eu o queira como sogro, claro. O único sogro que eu gostaria de ter é o pai da Miley, o Billy. Mudei a vítima de minhas analises, que agora era a Sheila: loira, pequenininha, gostosa e atirada. Eu gostava dela, mas não a namoraria. Claro que eu não estou pensando em namorar ninguém além da Miley, então ela só serviria pra eu comer, depois seria dispensada. Isso num modo rude de dizer. Mesmo assim ela estava acompanhada do cara que a abordou na entrada da boate, então, hoje, pelo menos, eu não a pegaria. E se ela viesse correndo e me querendo, eu não a pegaria nem a pau. Não curto sobra, se é que me entendem. Depois analisei outras gurias, e eu tenho certeza que já tinha pegado pelo menos umas cinco. Outras três pareciam familiares, mas não me lembro de tê-las pegado em nenhuma balada. O resto eu não conhecia. Todas as mulheres ali eram gostosas, como eu disse, e pelo menos metade delas era loira, a outra metade era morena. De ruiva só tinha a Clara. Cheguei até a desconfiar de que os caras tinham puxado só as gatas pra lá. As barangas devem ter sido chutadas pra longe. Nessa de analisar as gurias minha bebida acabou, e quando fui pegar mais só tinha gelo. “Porra, já acabou tudo?” O cara que tava do meu lado afirmou com a cabeça, mas me ofereceu um gole do seu Ice. Eu aceitei, e quando estava degustando o gole vi alguém mais chegar à roda. Era a Miley. Ela estava rindo – linda como sempre – e parou ao lado da Sheila. Meu coração sentiu algo tipo um soco ao vê-la segurando a mão de outro cara, e quando ele a abraçou pela cintura eu quase não tive forças para segurar a garrafa do brother que tava do meu lado. Puta que pariu, será que eu perdi a mulher da minha vida para um palhaço de cabelo loiro e olhos verdes? Respirei fundo numa tentativa falha de me controlar, com certeza eu tava com uma cara estranha. Porque diabos a Miley tá aqui, numa festa? Ela nunca, nun-ca, NUNCA aceitou ir a nenhuma festa comigo, e eu sempre ficava puto com isso, porque como eu disse Nick e festa são sinônimos. Comigo ela nunca aceitava sair, porque que com esse baitola ela sai? Evitei uma garrafa de cair e um cara de me xingar, devolvendo o Ice em minha mão que eu segurava, e me apoiei numa guria que estava há um tempo tentando conversar comigo. Abracei seu pescoço e tentei conversar o máximo com ela, só pra ver se eu esquecia a presença da minha – e somente minha – mulher. Que tava acompanhada de um pinscherzinho, mas isso não importa. A guria até que não era chata e tinha um sorriso bonito. Se eu não estivesse me sentindo muito mal mesmo eu a teria beijado e feito sei lá o que com ela ali mesmo. Ou ela teria feito sei lá o que comigo, porque ela parecia me querer mais do que eu a queria. Sem contar que ela tava toda atiradinha pro meu lado. Seu nome era Michelle e ela era mais velha, tinha 19 anos. Ela era morena loira, ou sei lá, loira morena... Era mista, pronto, e bronzeada. Sua roupa era um pouco decotada – não tanto quanto a de algumas gurias ali – e deixavam a mostra um pouco de seus seios. Eu praticamente só conseguia olhar para aquela área e até me imaginei tocando-a. O único problema era: porra, minha ex-namorada ta bem na minha frente e eu to olhando pro peito de outra guria sendo que eu quero voltar com a minha ex? Resolvi desviar o olhar e meu olhar foi, ironicamente, direto para a Miley. Era de se esperar, já ela tava na minha frente, mas porra, a Sheila e mais um bando de gurias também estavam na minha frente. Porque eu olhei logo para a Miley? Mas algo me deixou feliz. Ela me olhou de volta. Aliás, eu a olhei de volta, porque ela já estava me olhando quando eu olhei para ela. Ela já não estava mais sorrindo, e imagino que ela tenha me visto abraçado e olhando pro peito da mistinha. Agora ela deve estar não só com raiva, mas também com nojo de mim. Ah, foda-se, ela ta abraçada com outro cara! Pior, ela tá com a mão no bolso traseiro da calça do cara. Será que eles já transaram? Essa pergunta não queria parar de martelar minha cabeça, nem enquanto eu conversava com a mistinha. E a pior merda do mundo é você falar enquanto ta distraído. “Será que eles já transaram?” Porque você sempre acaba pensando alto demais. E foi o que aconteceu, tipo, do nada eu disse o que eu estava pensando. A guria começou a rir, e eu apenas a olhei com uma cara não muito bonita, até que comecei a rir também. “Cacete, pensei alto demais.” “Hahah. Em quem você tá pensando?” Eu mordia meu lábio inferior inconscientemente, deixando-o dolorido após aplicar muita força. Voltei a olhar para a Miley, que já não me observava mais. A tal da Michelle percebeu pra quem eu olhava e assentiu como quem entendeu. “Ahh... Miley e Brad?” Era Brad o nome do viadinho loiro dos olhos verdes? Brad é mesmo nome de viado, na minha opinião. Afirmei com a cabeça e disse um quando inaudível “é”. “Porque quer saber isso?” “Só curiosidade. Ela é minha ex.” “Tá brincando que você namorava a Miley Cyrus!” Ela meio que exagerou na altura da voz, mas ninguém pareceu escutar. Se escutaram, nem deram bola. “Fala baixo, ninguém pode saber.” “E porque está me contando?” Eu não sabia o que responder. Na verdade nem eu não sabia por que eu estava contando isso para ela, então eu não tinha o que responder. O silêncio que eu fiz pareceu suficiente para responder sua pergunta. “Não sabe me responder, mas ainda gosta dela, né?” Eu olhei para ela com curiosidade, a fim de entender como ela percebeu. Ela segurou meu rosto com suas mãos, acariciando minhas bochechas com seus polegares. “É” “Quer me contar essa história?” E tipo, sem nem pensar eu contei que eu e Miley terminamos porque nosso namoro não tava dando certo, e que quando ela foi à minha casa ela me viu quase comendo a Sheila. Eu imagino que essa história seja um pouco... repulsiva para as meninas, mas ela pelo menos sorriu o tempo todo, como se me compreendesse. “Pooooor favor, me deixa te ajudar a pelo menos conversar com ela hoje?” Eu ainda estava um pouco bêbado, como ela queria que eu fizesse e entendesse as coisas que ela falava? Antes de eu poder comentar sobre isso ela já estava dando a volta pela roda até chegar à minha frente, onde Miley e Brad estavam de mãos dadas. Com uma simples cutucada ela chamou a atenção de Brad e logo o tirou de perto da Miley, o puxando abraçado a ela. O olhar confuso e raivoso da Miley era impagável, e eu teria ficado lá rindo dela se eu não estivesse numa situação dessas e sem tempo. Corri até ela e a puxei pela mão. No início ela pareceu não gostar e não querer me acompanhar, mas depois começou a rir e a correr junto comigo. Fomos para o banheiro, como a Michelle disse para fazermos, e graças à Deus ele estava vazio. Era daqueles banheiros de plástico que o povo usa pra festa, super apertadinho e coisa e tal. Trancamos-nos lá dentro e respiramos fundo, sentindo o forte odor que sabíamos do que era, já que estávamos num banheiro. Rimos juntos e eu fiquei um tempo olhando em seus olhos, enquanto ela mantinha seu olhar abaixado. Eu sinceramente não sei como alguém preferia fazer xixi ou sei lá o que ali do que segurar. Ou usar o mato, também é uma opção. Ela fazia uma cara de nojo engraçadinha, franzindo o nariz e a testa junto com o sorrisinho de quem achava aquilo engraçado. Tão fofa. Analisei-a por um tempo. Sentia falta de seu corpo magro, porém relativamente bem distribuído e de seu cheiro cítrico. De seus olhos azuis que estavam sempre brilhantes e de seus lábios carnudos e rosados. Tudo nela me enfeitiçava, e temendo não vê-la por mais tanto tempo, tudo o que eu queria era guardá-la em minha memória. Todos os detalhes possíveis, de seus pés à sua cabeça. Eu queria ser, pelo menos, amigo dela, e eu era assombrando intensamente só de pensar em perdê-la. “Miley...” Eu não sabia o que falar, quais palavras usar, nada... Aconteceu tipo um apagão na minha cabeça, tudo sumiu, até o manual de como respirar – mas isso eu não sei se foi por causa dela ou do mal cheiro. O que eu queria dizer desde o princípio? Eu realmente queria dizer alguma coisa? A verdade era óbvia: eu não queria dizer nada, só beijá-la e tocá-la, mas para ela eu acredito que isso seria um insulto. “Eu não sei o que falar...” Ela sorriu fraco e eu não sabia mais o que fazer. Fechei os olhos e respirei fundo, decidido a falar qualquer merda que me viesse à cabeça. “Eu senti muita, mas muita falta sua. O nosso namoro tava indo ralo a baixo, mas eu... preferia como tava. Foi você que pediu por um tempo e eu fui um... otário, um grande otário por me envolver com outra guria sem termos terminado definitivamente. Mais otário ainda por não ter nem corrido atrás de você, nem tentado nem nada. E aí a gente terminou e você arranjou outro, e só hoje eu percebi que é um pouco tarde pra pedir desculpa... Mas eu realmente, de verdade, COM CERTEZA quero que você me perdoe e que possamos ser pelo menos amigos, porque só de pensar em perdê-la eu fico triste. Você pode até concordar com todas essas garotas da cidade que dizem que eu só sirvo pra ser solteiro e galinha, mas eu nunca, nunca mesmo me senti completo, só com você. Ai, cara, falar isso faz eu me sentir mais panaca ainda, porque eu ainda assim me deixei levar pelo desejo... Enfim, não vou falar muito porque você deve estar querendo ficar com o Brad. Só quero que saiba e que se lembre da última coisa que eu vou falar, ok?” Ela assentiu séria e eu sorri nervoso. Tomara que ela deixe o coração amolecer com essa declaração toda. “Eu te amo.” Depois de tais palavras um silêncio se apoderou do banheiro e eu não pude deixar de olhar para o chão, pois de certa forma eu estava envergonhado e arrependido de ter aberto meu coração. Resolvi não prendê-la mais naquele lugar fedido e sem Brad, e voltei a olhar para cima, tentando recuperar pelo menos um pouquinho do meu orgulho. Ela estava me olhando sorridente e eu nem tinha reparado nisso. A princípio minha expressão era confusa, mas depois sorri ao perceber que sim, ela tinha me perdoado. Não somente me perdoado, foi o que percebi ao ser empurrado e ter meu corpo pressionado pelo dela, que me beijou. Na boca. Senti seus lábios carnudos encostarem-se aos meus e quase explodi de felicidade e surpresa. Eu nunca esperaria por isso, pelo menos não ainda. Nossas línguas se moviam com certa pressa, como se estivessem cheias de saudade uma da outra. De fato estavam. O beijo era intenso e apressado, nossas respirações já estavam ofegantes. Ela mantinha suas mãos em minha nuca, mas eu precisava tocá-la para ter certeza de que aquilo era real. Eu estou parecendo um virgem viado falando essas coisas, mas esse era o efeito da Miley sobre mim. Minhas mãos não conseguiam parar em um só lugar, estavam inquietas explorando todo o corpo que eu conhecia tão bem e que me matava de saudade. Ela logo desceu suas mãos para minhas costas e lá ela me arranhava com suas unhas curtas, provavelmente sendo incentivada por minhas carícias em seu corpo. Coloquei uma de minhas mãos por dentro de sua blusa sentindo sua pele macia, quente, deliciosa. A outra permanecia parada por cima de seu short jeans. O banheiro que antes era sujo e fedido agora estava sujo, fedido e quente, como se não tivesse coisa pior. Aquele fedor estaria insuportável se eu não estivesse muito ocupado beijando a mulher da minha vida. Contanto que eu conseguisse respirar aquele lugar era perfeito para nós dois. A Miley desceu suas mãos até a barra de minha camiseta e a foi puxando junto de suas mãos que subiam deixando rastros de arranhões ardidos, mas gostosos. Estava tudo muito bom até aparecer um idiota batendo na porta do nosso banheiro. Nosso banheiro... isso soa tão estranho já que esse banheiro é uma nojeira. Imagina se nossa casa for assim também? Suja, fedida e quente. Até que eu não me importaria tanto se pudéssemos nos beijar o tempo todo. “Miley, cê tá aí dentro, amor?” Separamos-nos assim que ouvimos aquela voz. Eu não sabia de quem era até olhar para Miley, que estava nervosa. Parece impossível, mas ela fica linda quando está assustada. Seus olhos estavam arregalados e ela tentava se recompor aos poucos. Começou arrumando seu cabelo que havia sido bagunçado por mim, e terminou limpando a mancha de batom ao redor de sua boca, que também foi culpa minha – parcialmente. Ela ainda estava linda. Suspirei irritado ao ouvir o idiota bater na porta mais uma vez. “Miley? Miley, você tá aí dentro?” Seu olhar ainda mais arregalado direcionou-se a mim, por mais que eu achasse que isso fosse impossível. Ela deu alguns pulinhos nervosos e eu percebi que ela com certeza não sabia o que fazer, pois se abrisse a porta todos veriam-na comigo dentro do banheiro. Ela me olhou com os olhos mais arregalados ainda, e eu achava que isso era impossível e deu alguns pulinhos nervosos. Com certeza ela não sabia o que fazer, pois se abrisse a porta seu namorado a veria comigo. Tentei pensar em alguma coisa, porque a última coisa que eu queria é que ela ficasse com raiva de mim de novo. “Não é a Miley que tá aqui não, brow.” “Valeu cara, foi mal aí.” Alguém que estava extremamente assustada suspirou aliviada e sorriu para mim. Até eu fiquei nervoso só de vê-la nervosa. Artista tem essa de passar seus sentimentos para as outras pessoas com facilidade, e a Miley não é diferente. Quando ela está feliz todos ficam felizes, quando ela está estressada todos ficam estressados... “Que tapado.” Disse baixo e apontei para onde o tal do Brad possivelmente se encontrava antes. Ela riu. Seu sorriso era lindo, e se eu já disse isso estou apenas deixando mais claro. Algum de nós tinha que sair dali, e não poderia ser juntos. Na verdade, por mim podíamos, mas creio que pela Miley não. “Veja se ele ta aí fora. Se ele estiver eu fico aqui dentro e você o tira daqui de perto, se não nós poderemos sair juntos.” Assenti e trocamos de lugar, ela foi para o lado contrário da abertura da porta numa tentativa de esconder mais seu corpo magro e eu abri uma frestinha para averiguar o local. Sorri ao ver que o loirinho não estava mais lá. Abri o resto da porta e segurei sua mão, puxando-a junto comigo para longe daquele poço de fedor. Quando estávamos longe do banheiro vi o cara loiro saindo da entrada da boate – ele provavelmente tinha ido procurá-la lá de dentro. Como despedida beijei levemente sua mão, olhei em seus olhos e disse: - Lembra daquelas três palavras que eu disse achando que seriam as últimas? Ela assentiu e eu sorri fraco. “Não foram as últimas de verdade, por isso eu vou repeti-las e você se lembrará delas para sempre, ok?” Ela novamente assentiu. Eu aproximei meu rosto de sua orelha e sussurrei: “Eu te amo.” Soltei suas mãos, dei-lhe um beijo em sua bochecha e fui embora. Minha casa estava uma bagunça e meus pais chegariam hoje. Normalmente eu não me preocuparia em arrumar nada, já que assim que eles chegassem a empregada voltaria a trabalhar, mas dessa vez eu resolvi fazer pelo menos uma limpeza. Eu não sei por que meus pais dão folga pra empregada justo quando eu to sozinho. Tipo, é de imaginar que eu vá precisar de alguém pra fazer as coisas por mim, né? Mas acho que eles não se preocupam com arrumação quando eles não estão aqui para ver. Sou homem, mas admito: eu sou um puta inútil quanto a limpeza. Acho que o que eu limpei ficou mais sujo do que tava antes, olha o drama da coisa. Sou lerdo pra quase tudo nessa vida, inclusive pra arrumar coisas. Na verdade, principalmente pra arrumar coisas. Chegou a hora do almoço, no caso cinco da tarde, já que a festa de ontem me fez dormir até uma ou duas da tarde, e eu tava faminto. Eu com certeza iria ao Burguer King que fica consideravelmente perto da minha casa. Peguei as chaves, abri a porta e vi um corpo cair em meus pés. “Que porra é essa?” Perguntei em voz alta. Era uma guria branquinha, meio miúda e ruiva, tipo a Clarinha das baladas. “Cacete!” Confirmei ser quem eu suspeitava ao virá-la para mim. O que ela estava fazendo dormindo na porta da minha casa eu não sei, e na boa, eu nem sabia que ela sabia onde eu morava. Ela tava tão ferrada que parecia ter vindo da festa direto pra cá, só que sei lá, acho que uns cinco caminhões passaram por cima dela durante o caminho. Esperei algo como duas horas para ver se ela acordaria, mas nada aconteceu. Meu estômago gritava por comida, mas comida de verdade, não batatinha chips que era o que tinha lá em casa. Deixei um bilhete e parti para o Burguer King. Não aconteceu nada de especial enquanto eu almo-lanchava, só comi meu hambúrguer e pedi um igual pra Clara. Se ela não estivesse lá eu guardaria para mais tarde, e se ela não aguentasse comer tudo eu me ofereceria para terminá-lo. Sim, eu sou um morto de fome. Só quando meus pais viajam, porque eu tenho preguiça de cozinhar para mim. Para qualquer pessoa, na verdade. Ao chegar em casa o sofá já estava vazio. Ou ela foi embora ou sei lá, foi dar um role na casa do gostosão aqui. Meu ego infla quando sou paquerado, e foi isso que aconteceu enquanto eu voltava do BK. As gurias nem eram tão bonitas, mas eram gurias, então tanto faz, fico lisonjeado. Deixei as coisas no sofá mesmo e subi a escada à procura de Clara. Ouvi um barulho de água caindo e imaginei que ela estivesse no banho. “Clara...?” “Ooooi!” Ela saiu de um quarto, coisa que eu não esperava. “Uai, se você ta aqui, quem ta tomando banho?” “Uma amiga nossa. Pera aí...” Ela abriu a porta do banheiro sem se importar em não me deixar ver nada. Eu já conhecia muito bem a pessoa que estava ali dentro, então dá ate pra entender. “Sheeeei, ele chegou.” Vi uma cabeça enrolada por uma toalha sorrir e correr ao meu encontro, sem roupa mesmo. Era a Sheila, claro. Que merda ela tava fazendo na minha casa? Não que ela pelada não me desconcentrasse, mas eu precisava saber por que ela estava ali. “O que tu ta fazendo aqui?” “Credo, sou tão indesejada assim?” “Indesejada tu não é, mas como tu entrou aqui?” “A Shei abriu pra mim. Ei, o que tu tem aí? Eu to faminta!” “Tem um hambúrguer. Comprei só pra Clá porque não sabia que tu ia vim.” “Beleza, a gente divide.” Então ela saiu rebolando. Ela tem uma bunda grande pra caralho. Preciso falar que ela é gostosa pra caralho, não sei como o irmão dela não come ela. Só pode ser viado. Saí do estado de estátua ao ver uma mão agitar na frente do meu rosto. Era a Clara avisando que a campainha tocava. Abri a porta e dei de cara com alguma guria desconhecida. Que é bastante atrevida e foi entrando de uma vez na minha casa. Que porra é essa? Essas gurias tão achando que a casa é delas, por acaso? “Ou vei, quem é tu pra vir entrando na minha casa sem permissão?” “Ana, prazer.” Ela só sorriu e subiu as escadas. “Que porra é essa, guria? Sai da minha casa, caralho. Nem te conheço.” “Eu sou amiga da Miley e vim aqui checar uma coisa.” Amiga da Miley que vem checar coisas? Ela só podia estar vendo se eu tava com alguma mulher. O problema é que fodeu tudo. Eu to com duas gurias na minha casa, e ela provavelmente vai pensar que rolou putaria. Eu até poderia conseguir me livrar dessa se uma Sheila só de calcinha e sutiã não tivesse descido a escada. E se uma Clara não a estivesse seguindo vestindo uma das minhas camisetas sujas. “Você é um viado mesmo... A Miley só pode ser otária para achar que você passaria essa noite sozinho só porque vocês se pegaram ontem.” “Pera aí. Tu não ta entendendo a situação. Eu não dormi com ninguém, elas só tão aqui porque se não elas estariam na rua.” “Tu acha que eu sou idiota?” “Não, porra! Mas tu acha que eu sou um cafajeste.” “Nick, você é um cafajeste. Isso é fato.” “O que tu veio fazer aqui, afinal?” “Vim falar que a Miley te ama e que ela esta disposta a continuar com você. Mas sei lá, acho que você é galinha demais até para manter uma relação aberta.” “Que porra é essa de relação aberta?” “Tipo, ela continuaria namorando o boyzão lá e você poderia continuar com suas biscazinhas, mas vocês poderiam se pegar nos banheiros do mundo. Ou talvez em um quarto mesmo.” “Ela realmente quer isso?” “Sim, mas porra, também não dá você pegar duas cada noite.” “Cara, o que eu preciso fazer pra tu esquecer disso?” Ela correu pra cima de mim e me beijou. Que guria louca. Mas bonita. Ela tinha o cabelo castanho escuro e a pele morena. O corpo era magro, mas tinha lá suas curvas. Seu sorriso era bonito e o toque de suas mãos era suave. Queria muito, mas não podia continuar com aquele beijo, então separei-nos e perguntei: “Tu não vai contar nada pra ela, certo?” “Tu dormiu sozinho essa noite. E ainda por cima arrumou sua casa.” “Valeeeu, garota.” Ela sorriu e foi embora. Puta que pariu, que alívio! Mas que sorriso bonito. Sorri para as paredes também, pois por mais que eu não estivesse namorando a Miley a gente ainda se veria. Aliás, nos pegaríamos. E porra, ainda vou poder pegar outras gurias... 

FIM!  

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